domingo, 26 de julho de 2009

Fragmentos de Felicidade


Porque tudo que é bom na vida não vem por inteiro e sim aos poucos, fragmentado.
Encontraram-se por acaso em uma manhã chuvosa, a mais comum das comuns; e antes de mais nada aviso que ninguém morre no final.
Não existe a felicidade propriamente dita, o que existe são momentos felizes pois se não existisse a tristeza como fiel niveladora como poderia alguém saber que às vezes é feliz?
Em meio a uma torrente lá estava ela com o seu guarda chuva verde limão, uma saia nem tão grande e nem tão curta, camisete branco, sobretudo e sapato plataforma; ele com um terno de risca de giz, chapéu, chicles de nicotina no lugar do que seriam cigarros molhados e para proteção contra a tormenta um simples guarda chuva preto.
Desciam apressados alguns lances de escada rumo a uma estação de metrô em um cenário que se confundiria facilmente com um ambiente europeu mas na verdade era a frenética cidade de São Paulo.
Entraram em um vagão que por incrível que pareça não estava lotado naquele dia. As pessoas pareciam solitárias ilhas que formavam um desconexo arquipélago de ansiedade. Um imenso mosaico humano a procura de algo que não sabiam o que era. A rotina também marcava presença.
Às vezes pelo fato de a felicidade ser tão simples deixamos de notá-la.
Sua bolsa caiu e lá estava ele a abaixar-se e logo após pega-la a devolveu para sua dona e isso foi o pivô para uma longa conversa depois do devido agradecimento.
Ela estaria mudando-se, dentro de um mês, para uma cidade do interior e não quis dar uma explicação detalhada a respeito do motivo da mudança. Já ele era diretor regional de uma grande empresa do ramo alimentício e estaria se mudando para a mesma cidade por motivos puramente profissionais, já na próxima semana; trocaram telefones e combinaram de se encontrar o mais rápido possível.
Sem motivo aparente logo estamos tremendamente felizes apenas por viver mais um dia para poder ver o sorriso da mulher amada.
Encontraram-se novamente, desta vez em uma situação pouco comum, sábado à tarde estavam ambos em uma tradicional feirinha, dessas que só existem no interior, ele acabando de trocar o uniforme da empresa por bermudas velhas e um par de chinelos, tomando cerveja na companhia de amigos e ela perdida esperando uma amiga que devia ter chegado a pelo menos meia hora.
Quando a viu deu uma desculpa aos amigos e logo a puxou para um canto. Mesmo não estando em um ambiente muito romântico não quiseram perder tempo, beijaram-se, pois se a vida é curta mais curta ainda é nossa paciência. Vamos logo ao que interessa!!!!!!!
Ser feliz, não importa onde, quando, nem como, este era o lema deles (apesar de estar usando muitas referências, parafraseando outros mais talentosos que eu, acredito que estou sendo um pouco original).
Os pastéis de feira ficaram para trás e deu lugar à sofisticadas champanhe, lagostas e caviares em restaurantes chiques, indo e voltando na companhia de choferes.
Entre idas e vindas passaram-se alguns anos e tudo meio que acabou mais por tédio e conformismo do que por brigas ou agressões.
A felicidade não se perde ou se encontra, se conquista.
Mais juntos agora do que quando tinham um relacionamento, bons amigos e conhecendo novas pessoas. Junto com seus cônjuges são como uma versão feliz (completamente diferente – antítese) dos quatro cavaleiros do apocalipse. Festejam, jogam conversa fora e lembram-se que tudo começou em um mero metrô durante um dia chuvoso [sic] ...
E a felicidade ficou nas entrelinhas.

4 comentários:

  1. nossa isso foi lindo quase chorei hehe to brincando
    ou ficou muito bom valcir
    é verdade a felicidade depende da tristesa para esistir é o ying eo yang do mundo éo o que to mundo busca mas vezes tem em pequenas coisa e não da valor. mas sim só quando perde a vida é assim

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  2. É verdade é segredo é tentar superar os momentos tristes e ter mais momentos felizes do que tristes. " Viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz; ah meu Deus, eu sei, eu sei que a vida devia ser bem melhor e serám mas isso não impede que eu repita, é bonita, é bonia e é bonita..."

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  3. é... realmente a vida é curta e mais curta ainda é nossa paciência, saber aproveitar os momentos bons da avida é essencial para viver pequenos momentos de felicidade!

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