domingo, 4 de outubro de 2009

Um Lugar


Essa era uma cidade chamada “Sem Razão” (moradores sem razonianos), encontrada em uma região qualquer de um estado qualquer em um vago país. Certamente um local cercado de superstições e fatos estranhos que fogem do entendimento e ou alimentam o imaginário popular.
Na entrada da cidade placas indicam caminhos para outras cidades, mas isso nenhum dos moradores podem atestar, pois os veículos dos moradores misteriosamente param de funcionar ao chegar à entrada da cidade e ninguém mais tem coragem de continuar andando a pé.
Nessa comunidade os veículos eram alimentados por um combustível natural, altamente renovável, que era o orgulho da grande comunidade científica local.
O líder da comunidade é um senhor gordo de meia idade casado com uma jovem e linda mulher e que possui três amantes, uma muito gorda, uma muito magra e outra que era cega, surda e muda.
Todos eram felizes, porém tinham muita curiosidade de saber como era o mundo lá fora. Algumas pessoas tinham sonhos em que visualizam coisas chamadas “correio”, “internet”, “festas” e outras inúmeras coisas que não existiam e nunca existiram por lá, a maioria relacionada a serviços e bens de consumo, outras relacionadas à arte.
Certo dia enquanto um jovem transa com duas mulheres, em local público, é surpreendido por uma autoridade policial que é um homem raquítico e que anda mancando.
O jovem ao invés de correr, partiu para cima do policial e começou a desferir golpes, porém parou de repente ao ver um clarão. Logo após um meteorito caiu do céu e atingiu uma das mulheres. Nesse momento o rapaz vai embora apressado porque estava perdendo um capítulo de uma radio novela e porque tinha que fazer um vídeo erótico com sua esposa que, aliás, safada como era podia nesse momento estar fazendo o vídeo com outro. Mas isso não tem importância quando no momento um vírus vindo do meteorito estava a ponto de impregnar a cidade. E não é que impregnou.
Aquele é o vírus da ignorância e da mente fechada e logo se alastra pela cidade. Poucas são as pessoas imunes a ele.
Voltemos agora a um dia antes da queda do meteorito, que na verdade era um dia festivo. Pessoas competiam no esporte mais popular do vilarejo, que era uma competição em que os competidores tinham que colocar uma melancia no pescoço e correr o mais rápido possível para colidir contra uma parede, sendo o vencedor a pessoa que mais se machucasse sem danificar a melancia.
Logo após esse evento ocorre outro em que o campeão é a criança que mais persuade os pais, competição essa que gera uma disputa muito acirrada.
Porém esses eventos não eram nada comparados com o que ocorreu uma semana atrás, portanto voltaremos a esse dia épico, que, aliás, era um dia chuvoso em que um senhor idoso cansado de não saber como era o mundo lá fora decidiu ir embora a pé. As autoridades ao saberem desse fato armaram uma força tarefa e foram atrás do indivíduo e no momento em que se preparavam para atirar uma coisa estranha ocorreu, todas as viaturas começaram a buzinar e acender e piscar incessantemente todos os faróis e lanternas, mesmo assim eles atiraram, mas no instante em que os projéteis se dirigiam em direção ao velho senhor ele desapareceu e logo após ocorreu uma grande explosão. Não há sobreviventes.

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